"Vai chegando o meio da semana e o vento sopra o que estava suspenso no ar. Tudo se remexe, sai do lugar e a espera se inicia. . .
Os teares se aquietam, relaxam seus fios.
A urdideira respira fundo e fica espreitando por entre os fios, enrolados nos cones, sentados nas prateleiras. Eles também esperam.
Um pequeno parenteses, mas extremamente importante!
Os tecidos se remexem sacudindo as alças da sacola plástica querendo saltar para fora.
As flores, xadrezes, listas, e até os lisinhos ficam eufóricos e assanhados.
Todos querem fazer parte da brincadeira.
As agulhas e alfinetes se espetam, uns acordando os outros e anunciando que é chegada a hora de trabalhar.
As linhas se perfilam, se organizando por cores e saindo da caixa como serpentes encantadas pelo som da flauta.
E as mulheres, trabalhadeiras, vão chegando, contando casos, histórias, rindo e se alegrando...
fazendo daquele encontro uma festa!
Uma corta, outra cola . . . todas querem bordar !
De repente o silêncio chega. De mansinho ele vai pegando uma por uma, levando-as ao encontro de seu próprio mundo.
E é pra lá que é levada a alegria do encontro, a realização do trabalho e a riqueza da amizade."
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